17.11.07

Que Amor é este?

Que Amor é este...

Que Amor é este que não sei explicar que forma assumiu?

Que Amor é este que sinto dentro de mim com a força de uma tempestade?

Que Amor é este que cada vez que penso o ter arrumado, chego à conclusão que anda à solta desenfreadamente dentro de mim?

Que Amor é este que não é físico, mas que também não sei o que é?

Que Amor é este que doi quando não é correspondido?

Que Amor é este que me retrai, que me bloqueia, que não me deixa ser espontânea?

Que Amor é este que tanto me preenche, quanto me consome?

Que Amor é este que me dá serenidade e, ao mesmo tempo, uma confusão mental sem precedentes...?
Que Amor é este que sinto por ti, por mim, por nós...?
Poderá o Amor tomar várias formas e ser sentido de maneiras diferentes?
Que Amor é este?

Os Três Amigos e... Eu

Ao longo da minha vida tenho vivenciado muitas amizades...

E muitos têm sido aqueles que têm cruzado a minha vida por mais ou menos tempo, mas sempre deixando a sua marca "os que passam por nós não vão sós... deixam um pouco de si, levam um pouco de nós..."

Umas Amizades mantêm-se inabaláveis há 30 anos, outras há mais de 20... outras ainda, mais recentes, mas igualmente fortes e significativas para mim...

E é numa desta recentíssimas amizades que me senti muito especial... éramos 4 (mais uma pulga à mistura...)...

Senti a felicidade de três Amigos que raramente se vêem, de poderem estar ali juntos, na sua cumplicidade de 30 anos de "Histórias de Vida"... do Carinho e Amor que sentem uns pelos outros, do quanto foi importante aquele "encontro"...

Do Estar sereno, da fluidez da conversa, das gargalhadas, da espontaneidade, do brilho nos olhares, da felicidade espelhada nos rostos...

Abriram-me a porta da sua intimidade e acolheram-me neste seio que até então era só deles... sinto-me honrada e extremamente sensibilizada, mas sobretudo sinto-me feliz por lhes ter proporcionado umas horas de partilha e felicidade, com a desculpa de um bacalhau com natas...

Mais incrível e significante para mim, é que eu tinha acabado de os conhecer... consegui ter com três "estranhos" uma noite fantástica, de uma cumplicidade que nem sempre consigo ter com Amigos que o são há séculos...

Fez-me pensar... fez-me sentir uma enorme nostalgia... fez-me desejar que este momento se prolongasse por mais umas horas... breves momentos de felicidade para sempre gravados na minha memória...
Bem Hajam!

Os Três Amigos e... Eu

Requiem.... Mozart

Esta é uma das peças de Mozart que mais me marcou em diversas ocasiões da minha vida.
Mexe comigo de uma forma inexplicável, profunda, de Alma.
Há muito que não o ouvia...
Mas ontem, querendo gravar um cd para uma amiga ouvir (no seu banho terapêutico, à luz das velas) lembrei-me dele e foi a minha primeira escolha!
Tenho estado a ouvi-lo e a sentir a forma arrepiante como ainda mexe comigo, fazendo-me lembrar de...
Mim...
Da MC (que me fez ouvir este requiem pela primeira vez...)...
Do quanto a miúda que eu era ajudou uma pessoa muito especial na maior perda da sua vida, enviando-lhe isto para ela ouvir (com palavras minhas a mistura)...
De tantas outras ocasiões...
Memórias...
Tinha-me esquecido de como me é fácil viajar através do som destas vozes, da pureza do som, da veemência com que é cantado, com o "crescer poderoso" da música, da passagem dos sopranos aos tenores, do pianissimo ao forte... da intensidade com que foi composto, com o toque de uma mão Divina...
Cada nota é como se uma lufada de ar fresco me assolasse deixando-me quase que em transe...
Enche-me uma sensação de plenitude, tranquilidade, clareza mental, de uma força interior que não sei de onde vem...
É este o meu relacionamento com Mozart e a sua música... uma Paixão sem limites, identificando-me intrinsecamente com a melodia, quase que sentindo a emoção com que foi composto...
Eu inspiro e a música entra em mim, sustenho a respiração dando-lhe tempo de percorrer todo o meu corpo, saíndo quando finalmente expiro...
Tem ritmo próprio e faz-me viajar em mim, evitando o Ego e as suas armadilhas... libertando-me... dando-me asas para ser quem sou... EU...
Confutatis Maledictis...
Confutatis Maledictis...

8.11.07

Crónica de Daniel Sampaio BRINCAR

Domingo, 28 de Outubro de 2007 , in PÚBLICA

Nunca pensei que os gerentes da Duracell se preocupassem com estudos sobre pais e filhos.
Para mim, mandavam numa simples fábrica de pilhas, capazes de fazer correr sem parar um irritante coelhinho! Ideia preconcebida: acabam de publicar um estudo com 900 crianças, onde se demonstra que as portuguesas são as que diariamente menos brincam com os pais. Só seis por cento dos nossos meninos admite brincar com os pais todos os dias, um número muito abaixo da média europeia, onde uma em cada cinco crianças tem momentos diários de divertimento com a família. Como chegámos a esta triste situação?
Basta olhar em redor e compreenderemos tudo. O governo falhou na política de apoio à família e muitos dos nossos pais têm má qualidade de vida: salários baixos, empregos instáveis, maus transportes, pouco enquadramento e deficiente articulação com as escolas, como podem ter disponibilidade ou sequer desejar mais filhos? Outros não têm dificuldades financeiras de maior, mas padecem de egoísmo ou vivem na crença de que educar é uma tarefa esgotante, por isso o que importa é arranjar brinquedos para "entreter" os mais novos: já basta o trabalho para os fatigar, em casa é preciso "distrair", "desanuviar" ou "descansar".
Deste modo, são bem vindos os novos brinquedos electrónicos: com a destreza das crianças de agora, depressa aprenderão como os manipular e não importunarão os adultos por largos momentos. A consola de jogos, o computador e a televisão transformaram-se assim na "baby-sitter" dos tempos modernos, a garantia de que os mais novos estarão ocupados por umas horas: com trabalhos de casa feitos à pressa e uma refeição rápida, depressa se chega à hora de deitar, amanhã correrá melhor!
Mas não corre: em todo o lado vemos crianças inquietas com incapacidade de pensar, irritáveis por sono insuficiente, indisciplinadas na escola por ausência de limites em casa, com dificuldades na leitura e na escrita. Por exemplo, já experimentaram pedir a uma criança de oito anos para ler um texto em voz alta?
O resultado é surpreendente: gagueja, ignora a pontuação e depressa se fatiga, porque não está habituada a ler em público, só é treinada para descodificar símbolos do "gameboy" ou da "play-station".
Que saudades das crianças que brincavam na rua, que jogavam à bola na praceta ao pé de casa ou que fugiam para se divertir em casa dos vizinhos!
Hoje saem da escola a correr, trazidas por pais apressados que as depositam no judo, na música, na natação ou no explicador, para mais tarde serem recolhidas à pressa, só a tempo de uma refeição apressada antes de tentarem dormir...
Que fazer? Em primeiro lugar, lutar para que tudo isto se altere. Passar a mensagem de que o jogo é a melhor maneira de as crianças aprenderem tudo: se for fornecido um contexto que permita a uma criança o relacionamento tranquilo com um adulto, ela será a primeira a aprender a importância da sua relação com os mais velhos e, movida pela sua curiosidade natural (existente em todas), esperará a brincadeira mais ou menos divertida, mas sobretudo terá a certeza que a sua fantasia crescerá.
Tudo isto poderá ser feito sem brinquedos, com as mãos de pais e filhos e o corpo de todos, sem apitos electrónicos ou ecrãs tecnológicos individuais, a dificultarem a simples troca de olhar em família. E as emoções desencadeadas pelos brinquedos de hoje, quem as conhece, se depressa são descarregadas no jogo seguinte?
Não podemos esquecer que educar consiste em a pessoa se oferecer como modelo. Uma pessoa fica "educada"quando cresceu e já é capaz de se constituir como um exemplo a seguir: quando um irmão imita o mais velho é porque este desempenhou um papel capaz de ser seguido (esperemos que no sentido positivo) pelo mais novo.
Mais do que os livros ou revistas, que embora cruciais podem dar olhares perturbados da realidade (sobretudo se não os lermos em conjunto com os mais novos); mais do que recomendações palavrosas de pais para filhos, tantas vezes não ouvidas ou depressa esquecidas; muito mais do que o último jogo de computador, em breve substituído pelo que acaba de sair, ou consumido a correr para alcançar o objectivo de "vencer mais um obstáculo", a resposta está no olhar da criança que nos pede:

"Podes brincar comigo?"

Felicidade

O autor deste texto é o João Pereira Coutinho, jornalista

Não tenho filhos e tremo só de pensar.
Os exemplos que vejo em volta não aconselham temeridades.
Hordas de amigos constituem as respectivas proles e, apesar da benesse, não levam vidas descansadas. Pelo contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e numa ansiedade de contornos particularmente patológicos.
Percebo porquê. Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar. Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe:
jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis.
E um exército de professores explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição.
Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades
modernas: a vida não é para ser vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito.
É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de sonho, as quecas de sonho.
Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a mamar forte no Prozac.
É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais temos, mais queremos.
Quanto mais queremos, mais desesperamos.
A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade. O que não deixa de ser uma lástima.
Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade!

7.11.07

Angústias de Mãe...

Dizia a letra de uma música no outro dia, para não estarmos constantemente preocupados com o futuro porque os maiores problemas com que nos deparamos na vida, são sempre em situações inimagináveis, que por muito pequenas que pareçam nos fazem ficar acordados uma noite seguida…
E acho que isto tem o se quê de razão, pois não se pode prever tudo e quando pensamos que temos tudo controlado, o Universo vem dizer “estás-te a passar… ainda tens muito que aprender…”

Quando eu acho que as coisas acalmaram, que tudo está no devido lugar e a correr pelo melhor, lá vem uma coisinha para destabilizar. Se a Lei da Atracção funciona sempre de forma a eu atrair para mim aquilo que preciso para evoluir, então tenho de ver estas situações como testes, certo?! Ou serão antes as minhas formas de pensamento que atraem estas situações. Sinceramente não sei o que responder em relação a isto.

O facto é que vou passando pelos testes da Vida, mas o Universo arranja-me sempre mais e melhores, obrigando-me a fazer escolhas e a definir prioridades constantemente.

Preocupa-me a Pulguita, e o pouco tempo que tenho passado com ela ultimamente, o desgaste que isso implica nos meus pais, que ficam com ela e o desgaste que também lhe é imposto por estar longe de mim.

Sei que a maluca da outra avó lhe disse, várias vezes, que eu a ia abandonar e que ela iria viver com eles. Será que essas palavras insensatas são a origem destas angústias todas? Destes medos que ela tem cada vez que eu me ausento (a excepção de quando está com o Pai, com quem se sente segura).
Sinceramente não sei o que pensar e não estou a saber gerir esta situação, mesmo tendo dito à minha filha, várias vezes que a mamã pode ir, mas volta sempre e que nunca a vai abandonar.

Não consigo perceber se os medos são reais ou se a Pulga está a tentar controlar-me para que eu esteja sempre ao seu dispor. Se por um lado esta situação angustia-me porque não quero que ela sofra, por outro lado não quero condicionar a minha vida por causa disto e ser ela a ditar as regras…
Confesso que neste momento não sei muito bem o que pensar nem como agir.

Tenho procurado conselho na Educadora da Pulga lá no Colégio e ela diz-me para não me preocupar porque ela está bem e é uma criança feliz e que no colégio anda sempre super bem disposta! Sei que ela, no Colégio, se sente em segurança e é muito acarinhada. Tem uma Educadora espectacular, o ambiente é familiar, todas as pessoas que lá trabalham são fantásticas e ela tem um grupo de “colegas” que neste momento são os seus melhores amigos!
Por esta ordem de ideias, a questão que me coloco é qual a origem do seu desassossego fora do Colégio e de nossa casa? O que é que lhe traz insegurança e angústia?

Percebendo isto eu terei a chave da resolução do problema… mas até perceber, que posso eu fazer?
Não posso pedir aos outros que resolvam este “problema” por mim…

Sinto-me constrangida por passar a vida a pedir à Educadora da Pulga que “cuide dela por mim”… simplesmente porque estou fora…
Sinto-me mal e desesperada quando a minha mãe me telefona a queixar-se de que não dormiu, que está farta da minha filha, de que já não aguenta mais, que está de rastos e estoirada!
Sinto-me desconfortável por pedir à minha mãe que fique com a neta constantemente.

Espero que a minha mãe perceba que eu não faço da casa dela um depósito, um hotel para a minha filha porque não me apetece estar com ela. Faço-o por pura necessidade, porque não consigo fazer as coisas de outra forma e nem sempre posso levar a minha filha comigo.
Para além de que, o Pai da minha filha está longe e eu não tenho a “folga quinzenal” de mãe divorciada…

Recorro a quem confio, mas que me cobra constantemente estes pedidos de ajuda… que faz um jogo constante de chantagem emocional comigo… que me “acusa” amiúde de ser uma mãe inconsciente e irresponsável… que me aponta o dedo por não fazer nada na vida…

Que vontade tenho eu de fazer? Ir? Andar para a frente?
Como é que posso NÃO ME SENTIR CULPADA?
Estou consciente disto tudo, mas ultrapassar esta “culpa” não é fácil…
Sinto-me num beco sem saída e a ter de tomar posições, fazer escolhas que não me afectam só a mim, afectam a minha filha também…

Como sacudir das costas o “estar presa por ter cão e estar presa por não o ter”??? Como me posso livrar desta camada gigante de peso que estou a deixar que me ponham em cima e que me verga e desgasta?

Que espaço resta em mim para outras coisas? Para viver a minha vida? Para ter um relacionamento? Para singrar na profissão que venho de iniciar, que escolhi para mim e me faz feliz? Para conviver? Para sair de vez em quando? Ir ao cinema?

Deixando falar o optimismo que habita em mim: hei-de encontrar a solução e tudo se resolverá a seu tempo!

Angústias de Mãe… afinal o título foi bem escolhido…

...

A minha escrita não é assídua, não criei rituais de fala com o papel…
No entanto sinto que tenho tanto para escrever, tanto que quero deitar cá para fora e arrumar de vez dentro de mim…

Hoje fiz 300km de carro e tive tempo para pensar, calmamente e sem pressas. Tempo para estar comigo própria e o que reparei é que, apesar de tudo, tenho conseguido ter esses momentos só para mim muito mais vezes do que me dou conta. São momentos de viagem interior a sítios onde aprendi a ir, eu diria, em Bora Bora...
Assolaram-me montes de pensamentos, alguns um perfeito disparate, mas o facto de eu conseguir ir cada vez mais fundo dentro de mim e experimentar sentimentos e sensações fortes é fantástico.

Dizia-me a P: ” vais ver que Bora Bora vais ser importante para ti, mas só o saberás depois de lá estares”… e efectivamente foi muito, muito importante. Como se aquele lugar “mágico” tivesse catapultado partes de mim alojadas no meu inconsciente… partes que eu desconhecia, coisas que eu não sabia que podia sentir, tomadas de consciência umas atrás das outras, reviver os 36 anos da minha vida… foi duro, desconcertante, mas ajudou-me a perceber as minhas prioridades e a mulher que sou hoje… ajudou-me a encontrar o EU dentro de mim e, sobretudo, aceitar que o Amor pode tomar várias formas e revelar-se de muitas maneiras…

Esta viagem foi tão marcante que ainda hoje escrevo sobre o que senti, passados 3 meses…

O facto é que eu mudei, descobri-me, integrei a poeira levantada por 2 anos de cursos intensivos sobre mim, de desenvolvimento pessoal e espiritual… de expansão de consciência, de aprendizado de técnicas de “cura”, de mudança da forma de pensamento e estar na vida…

Se me perguntassem há 2 anos atrás, nunca me passaria pela cabeça que pudesse estar onde estou hoje…
Com isto tudo, o Universo tem-me colocado na vida pessoas realmente fantásticas que me têm ajudado nesta caminhada, neste desbravamento de mim, nestas tomadas de consciência, nesta evolução, neste crescimento “quântico”. Há sempre mais alguém com uma mensagem, com os braços abertos para me receber e ajudar, para partilhar pedaços de vida comigo… e da minha parte eu também dou tudo o que posso, com todo o Amor que tenho cá dentro.

É cada vez mais significativo para mim esses momentos de partilha, de troca de afectos, de desabafos, de conversas, de risos, de choros, de segredos por revelar, de pedaços de mim e do outro que se enlaçam no etéreo para aí se perderem…

No entanto, dias há em que a confusão mental se aloja e não sei mais o que pensar… a dúvida é uma traidora, pois tira a clareza, cria incertezas e medos que nem sempre têm razão de existir… e depois instala-se o cansaço, a saturação, o baixar de braços, que embora possam ser de curta duração moem e desgastam…
Estou nessa fase do cansaço, a correr dum lado para o outro tentando levar a minha vida profissional adiante, desenvolvendo o que realmente gosto de fazer, tirando cursos, ajudando, fazendo planos para um futuro próximo onde quero fazer mais e melhor.

Mas, acabo por me sentir um pouco culpada, porque nestas andanças “corredoiras” vou pondo parêntesis na minha vida familiar, que fica em suspenso… a minha filha sente a minha falta e embora esteja lindamente com os avós, não é a mesma coisa… Dizia-me uma amiga no outro dia “se não te sentires culpada a tua filha fica bem, pois ela tem imenso orgulho que a mamã esteja a tirar estes cursos”… mas ela é tão pequenina… começo a achar que isto é um truque do estupor do meu Ego para me fazer sentir mal quando me posso sentir fantástica! Safado! E, estupidez minha que lhe dou ouvidos… he he he

Pois é, tomar consciência disto é muito engraçado, mas quem é que diz que mudar a forma de pensamento para que não se repita é fácil???? Não é! É muito difícil, demorado e doloroso…
ARGH!!!!!

Tenho a sensação de que falei muito e não disse nada, pois sei que andei a rondar, a rondar e o essencial e importante ficou guardadinho cá dentro, onde tem estado e de onde eu AINDA não o consigo tirar, mas pelo menos vou tirando camadinhas e camadinhas de lixo mental cá para fora e talvez um dia aquilo que está “escondido” cá dentro possa sair, se for necessário…

Ao mesmo tempo falar, escrevendo, ajuda-me a pensar…
Organizando a minha cabecinha tudo vai ficando mais claro e abre caminho à percepção do Sentir… mas é difícil para mim dosear o Sentir, porque é sempre tão intenso, com uma entrega tão grande que muitas vezes se torna doloroso, desconcertante, mas muito bonito e pleno. Pode parecer contraditório, mas é assim que vivo a vida, apaixonadamente!

Pergunto-me se algum dia poderei viver a vida sem Paixão… e a minha resposta é: só quando estiver morta LOL

Impossivel viver sem paixão, sem estes meus altos e baixos, sem alegrias e tristezas, com tudo e com nada, sem Amigos…

Impossível! Tenho de sentir, tenho de me apaixonar pelas coisas, tenho de me apaixonar pelas pessoas!

Enfim… sou assim, vou fazer o quê?

25.10.07

Oração do Amigo

Senhor, eu Te dou graças pelo amigo que me deste.
É através da sua presença que Tu ficas a meu lado.
Olhando para os seus olhos,descobri o sentido profundo que se oculta no Teu próprio olhar!
Deixando-me cativar pelo seu sorriso contagiante, aprendendo também a sorrir.
Ouvindo as suas confidências sinceras, aprendi a escutar a Tua voz.
Recebendo tantas provas de carinho, aprendi a amar os que convivem comigo.
Partilhando a vida, a Fé, os erros, as lágrimas e as alegrias, eu vislumbrei-Te no rosto sereno do meu amigo.
Graças Te dou, meu Deus, porque Te revelassem gestos tão humanosque posso experimentar-
Te sempre na pessoa deste amigo que me ama!
Faz que ele seja muito feliz e que eu Te encontre sempre na transparência da nossa Amizade,
Ámen

15.10.07

PAPI

Tenho de voltar a publicar este texto, pois foi das maiores provas que impus a mim mesma...

Cher Papi,
Ça fait longtemps que j´aurais due écrire cette lettre, mais je ne savais pas comment le faire, une fois que je pourrais jamais te la donner.. que tu la liras jamais...Pourtant, j´ai décidée de l´écrire quand même...

Esta é, para mim, uma das cartas mais dificeis que escrevi até hoje, mas quero escrevê-la para ti e sobretudo para mim...
Talvez, no sítio onde te encontres consigas sentir e ouvir o que te vou dizer nesta carta, porque está guardado no meu coração há demasiado tempo e é altura de me libertar deste peso que carrego desde então!

Vivo há 28 anos com um sentimento de culpa que me pesa e despedaça o coração e quero que saibas que não fiz por mal, eu era uma criança.

Lembras-te Papi?
Tinhas arranjado a pega preta da minha pasta (ganga azul) da escola, aquela que se tinha partido numa brincadeira de garotos... eu tinha 7 anos!
Estavamos na sala de casa dos meus pais e tu deste-me a pasta arranjada e pediste-me um beijinho e que eu me sentasse no teu colo.Eu não quis!
Fui teimosa e não quis, não me apetecia, finquei o pé e não fiz nem uma coisa nem outra.Tu ficaste tão triste!

No dia seguinte, a Mãe foi-me buscar mais cedo à escola e eu soube que tinhas ido para o Céu, para ao pé dos anjinhos, que nunca mais te ia voltar a ver!Ainda me lembro que me ri, porque não percebi!
Ainda me lembro da dor no olhar da Mãe e da Mami quando me ri... mas eu não sabia!Ainda me lembro de me dizerem "tu ontem não quiseste ir para o colo do Papi, ele ficou tão triste e agora ele não está cá mais!"

Desculpa! Desculpa não ter ido para o teu colo! Desculpa não te ter dado o beijo de agradecimento por me teres arranjado a minha mala...DESCULPA!
Mas, como é que eu podia imaginar que nunca mais te ia ver? Que tu ias sair da minha vida para sempre?

Vivi este tempo todo com estar dor e com a mágoa de nunca te ter podido dizer estas coisas.
Cresci sem a referência dos meus Papis, porque pouco tempo depois foi a Mami que partiu para junto de ti!

Nunca pensei que iria escrever esta carta para ti passados 28 anos, mas o facto é que vou finalmente conseguir limpar esta culpa do meu coração, porque AGORA SEI que a culpa não foi minha...
JÁ NÃO QUERO CARREGAR MAIS ESTE FARDO EM MIM!
Ele vai ficar todo nesta carta que ter escrevo com todo o meu AMOR!

Sei que, estejas onde estiveres, velaste sempre por mim estes anos todos e por isso te agradeço!Não me deixes nunca sozinha!

Quero que saibas que se eu tivesse o privilégio de te ter ainda aqui, terias um orgulho enorme em mim e na Mulher em que me tornei!

Um beijo enorme da tua neta que te adora e que tem muitas saudades tuas!

Quero um mano mamã

"Quero um mano mamã!
Porque é que eu não posso ter um mano?"
Como é que eu respondo a uma criança de 3 anos, porque é que não pode ter um mano? Especialmente quando os amiguinhos têm manos pequeninos, acabadinhos de nascer...

"Oh mamã, então vamos pedir à Tia que empreste o mano bébé para eu brincar!"

" Sabes mamã, estes biberons que estão aqui eu já não uso porque sou grande, mas vou guardá-los para o meu mano..."

"Oh mamã, eu não posso ter um mano porque o papá vive nos Açores, não é? O Papá já não gosta de ti mamã? E tu gostas do papá?"

Esta é a conversa diária da minha filha, espreitando por debaixo da minha camisola para se certificar que não há um mano na minha barriga e eu vou-me rindo... Com calma vou-lhe explicando que um dia se a mamã tiver um namorado que talvez ela possa ter um mano ou uma mana...

Vou-me rindo... mas o meu coração fica dorido, apertado e pequenino, porque todas estas perguntas e afirmações me confrontam comigo mesma e com a frustração de não ter a família que tinha sonhado para mim...

Se a minha filha sonhasse o quanto eu desejaria poder-lhe dar manos e manas... o quanto me sinto realizada e feliz como Mãe... e que só a decisão de me divorciar acabou com o meu sonho...

O meu relógio biológico vai fazendo tic-tac e o tempo vai passando...

A minha tristeza é grande, pois por mim tinha mais 2 ou 3 filhos... mas o destino assim não o quis!

Admiro os casais que se mantêm juntos, que criam e gerem uma família, que ultrapassam crises e dificuldades e que continuam a amar-se, a respeitar-se e ajudar-se mutuamente...

Admiro porque eu não fui capaz e sabe Deus o quanto tentei!

Quero acreditar que é possível voltar a ter uma família e superar esta frustração de ter falhado, mas a vida corre depressa demais e tudo se tornou "descartável", incluíndo os relacionamentos humanos...

Da minha parte, continuo a apaixonar-me por pessoas e situações utópicas, que só existem na minha cabeça, porque na realidade são impossíveis. A estupidez é que sofro imenso com isso e pergunto-me PARA QUÊ?

Não sei se fui eu que me tornei exigente demais, mas não consigo encontrar um homem que me preencha, que me dê a segurança, o "ninho" e os afectos que preciso.

Um companheiro de vida, um amigo, um amante...
Alguém para partilhar a minha vida, conversas, um copo de vinho à luz das velas, um pôr do sol...
Alguém que segrede ao meu ouvido, daqui a 30 anos, "Eu amo-te!"

Sexualmente foi/tem sido óptimo... e o resto??? Não consigo estar com alguém só por causa de bom sexo, porque fico péssima, dividida, e não consigo mentir a mim mesma...

Não consigo estar com alguém sem sentir...

Não consigo me entregar e AMAR... não consigo!
Não consigo porque não sinto!
E não sinto porque... não sei porquê...

Mamã eu quero um mano!

Pois filha, e eu quero um Pai para o teu mano!

Fui... Voltei...

Sinto necessidade de escrever, mas não sei o que dizer...
Estou a rebentar de mil coisas, mil situações, mil pessoas, mil sentimentos, mil vontades que há muito não expresso...

Fui para Bora Bora, voltei...
A minha vida fluiu, mas parte de mim ficou por lá, perdida na beleza, no equilíbrio, na tranquilidade,na energia poderosa daquele lugar que tanto mexeu comigo...
Não escrevi quando voltei porque... porque não me apeteceu... porque quando escrevo faço-o com a Alma que Deus me deu, com transparência, com sinceridade e... há coisas de que não quero falar...aqui...

Fui, voltei e tanta coisa aconteceu...
Fui, voltei e tanta coisa mudou em mim...
Fui, voltei, e não consigo desatar os nós que criei à minha volta... nós que me testam, que me desgastam, que me sufocam, que me dificultam o andar... para a frente...
Nós que criei, sabe-se lá porquê e para quê... MAS FUI EU QUE OS CRIEI...

Fui, voltei e deixei parte do meu coração por lá...
Fui, voltei e aquilo que eu pensava já ter arrumado dentro de mim voltou para me fazer sofrer...
Fui, voltei, mais serena, em Paz, mais equilibrada, mais centrada...
Fui, voltei e as peças estão a encaixar no puzzle e mesmo na adversidade eu continuo a dar a volta por cima...
Fui, voltei e verifiquei, com alegria que há muitas coisa boa na minha vida que permaneceu inalterado...

Fui, voltei e estava tudo na mesma, excepto EU...

21.7.07

AVANÇADO

Continuo a dizer que tive o privilégio de ter feito o Curso Avançado de Terapia Sacro-Craniana e este foi, para mim, a experiência mais bonita e transformadora da minha vida.
Entrei decidida a resolver, a mexer bem fundo dentro de mim e foi isso que tive coragem de fazer.
Lidei com a dor física, muitas vezes insuportável, mas a dor que mais me custou foi a dor emocional que estava gravada dentro de mim, lá onde nem eu ia, onde eu nem sequer sabia que estavam...
É impressionante como os erros dos adultos podem marcar porofundamente um criança e agora que tenho consciência disso tenho mais cuidado com a minha filha, mas pergunto-me: quantas marcas terei eu já gravado dentro dela????

Consegui desbravar, limpar, chorar e libertar-me de pesos pesados do passado, de lixo e merda desnecessárias....
Uma Armadura de Ferro que me protegia o coração de Sentir, de amar e me deixar amar...
A chave que lá se encontrava guardada...
A caixa de Pandora que a chave abriu, no meu ventre, para que o Mar levasse toda a merda que lá estava guardada...
A borboleta cinzenta, grossa e pesada que estava agarrada aos meus ombros transformou-se numa linda borboleta colorida que pode finalmente encontrar a liberdade, pois já não é necessária... já não precisa de me ajudar a fazer a ponte entre o emocional e o racional...

O estado de plenitude atingido...
Não fazia ideia que me pudesse algum dia sentir assim, tão serena, tão confiante, tão cheia de amor para dar.

Senti num grupo de estranhos o Amor Incondicional, a entre-ajuda, o carinho e o respeito mútuo...
(Verdade quando dizem que ao sermos paciente, seremos sem dúvida melhores terapeutas...)

Tenho dentro de mim um misto dessa plenitude e de uma tristeza que vem lá do fundo das entranhas, uma tristeza que eu desenterei e que estou a tentar integrar e arrumar... a tristeza da dor, de me ter fechado ao sentir, de não me permitir receber...

AGORA SEI, agora sei que sou eu que tenho o poder de escolher o que receber e o que dar.... posso dizer SIM e posso dizer NÃO! Posso, inclusivé dizer TALVEZ... mas sou eu que escolho... não preciso de me voltar a fechar...
Posso ser EU outra vez.

E é esta certeza que me dá a tranquilidade, a paz interior, esta vontade de Amar, esta chama que me faz APAIXONAR pela vida, pelas pessoas (homens, mulheres, crianças...), pelas coisas...

Mas, confesso que estou a ter alguma dificuldade em sair da plenitude em que me encontro e aterrar na Terra...
Cada vez mais olho à minha volta e já não me identifico com uma série de coisas e, sobretudo, com uma série de pessoas...
É claro que não é um sentimento agradável, mas sei que para conseguir avançar vou ter de cortar amarras, vou ter de deixar ir, vou ter de me desapegar do que já não é bom para mim, sabendo que os nossos caminhos se cruzaram por algum tempo e por alguma razão...
E por isso estou grata!

Mas mais grata estou ao Universo por ter conspirado a meu favor e me ter dado a oportunidade de percorrer o meu Caminho e crescer, crescer, crescer para me tornar uma pessoa melhor...
Um Ser de Luz

Obrigada!

8.2.07

DIFICIL

"O fruto proíbido é o mais apetecido" e, de facto, eu sou assim, sempre fui assim, atraída por causas "impossíveis"...
É da minha natureza a escolha dos caminhos mais dificeis, não só porque me dão muito mais gozo, mas porque sei que me fazem evoluir e crescer como ninguém.
O fácil perde o interesse, porque se torna um dado adquirido, não tenho de lutar muito por ele;

Agora o dificil... isso sim é um desafio à minha altura.
Escusado será dizer que sofro muito mais, que me desgasto muito mais...

Mas nestes trâmites, a pior coisa que me pode acontecer é a dúvida, a incerteza, não saber...

Porque estas incertezas transformam-se numa angústia medrosa que me paralisa, que não me deixa discernir, que tolda a minha visão, que me afasta da solução do problema...
E aí o dificil torna-se mesmo impossível!

Ultimamante, tenho vivido na incerteza, na ansiedade e na angústia de não conseguir encontrar serenidade, de não conseguir arrumar o meu coração...

Este pede-me uma coisa e a cabeça outra. Mas é no turbilhão das minhas ideias, no racional, que a confusão se gera, que a dúvida subsiste.

O coração não tem dúvidas, mas está apertado, ansioso, triste...
Se fosse só o coração a decidir...

Não me apetece...
Não me apetece lutar,
Não me apetece esperar mais,
Não me apetece continuar em silêncio...

Se dependesse só de mim...
Mas não depende!
E é aí, no cinzento do "outro", que a incerteza nasce e que a ansiedade me consome...

7.2.07

Abraço Milenar


Hoje, uma amiga minha mandou-me um email em que vinha a notícia de uns esqueletos encontrados abraçados, num sepulcro com cerca de 5000-6000 anos.
Esta é uma imagem, que me tocou muito, não só pela beleza, mas pelo significado, pelo Amor que deixa transparecer ao fim de tanto tempo...
Eu, que dou tanta importância aos abraços e aos afectos, tento imaginar como seriam estes dois seres e a intensidade do Amor que os unia (e ainda os une)...
Dá quase para sentir a força deste abraço, o olhar perdido um no outro...
A vida que se foi, o abraço que permanece, o Amor que sobreviveu...

5.2.07

A minha filha

Tenho evitado falar aqui da minha filha...
É um assunto que mexe tanto ou mais comigo que os demais que aqui tenho abordado, normalmente falando de mim.
Mas falando dela, acabo invariavelmente por falar de mim, até porque tudo nela me afecta e tudo em mim a afecta a ela...
Duro esta história de Mãe e Filha... LOL

Como diria uma amiga minha:
" No fundo eles não são os culpados, são apenas fruto das circunstâncias que os pais os obrigaram a viver e têm de aprender a gerir essas mudanças de habitat... nós só temos é de ter paciência... e ajudá-los a carregar esse fardo para não ficarem revoltados. Cada vez mais acho que tudo se resolve com doses extras de mimo e dedicação - eles merecem".

Não tem sido fácil gerir o meu pós-divórcio, a figura de pai ausente e a dor que isso provoca numa criança tão pequena que ainda não tem a capacidade cognitiva de entender certas coisas, de certos porquês...
O facto é que as escolhas de vida que se fizeram originaram um enorme afastamento físico e temporal da minha filha com o pai, que a vê de 3 em 3 meses...
Tenho falado, discutido, pensado, ouvido, mas continuo a perguntar-me se não poderá haver outra maneira menos dolorosa para ela, se faço bem em protegê-las de certas situações que eu sei serem péssimas, se a protejo o suficiente...

A maior parte das minhas amigas, INFELIZMENTE, debate-se com o mesmo problema que eu e nenhuma situação é mais fácil ou risonha que outra, porque os atritos existem e não foi à toa que os adultos se separaram...

Qualquer relacionamento pós divórcio/separação, por muito cordial que seja, por muito bom que se tente que seja, acaba sempre por ser um chutar de bola de um lado para o outro. Umas vezes porque nós achamos que os pais não fazem o suficiente, porque não querem saber, porque não passam tempo suficiente. Outras vezes é porque se dá exactamente o contrário, querem estar sempre, impondo permanetemente uma presença que não queremos ter...

Depois, acusamo-nos mutuamente disto ou daquilo, sempre com o pretexto de estarmos a falar dos nossos filhos, mas no fundo acho que continuamos a tentar-nos agredir e a deitar cá para fora (em prol dos filhos, note-se) muita coisa que ainda ficou por dizer entre nós...
Reflecte-se em quem? Nos nossos filhos, claro!

Como Mães, de uma forma ou de outra, fazemos o que fazemos, incluíndo engolir sapos do tamanho de elefantes, em prol do Amor que sentimos pelos nosso filhos... mas vale a pena o sacrificio!

Quanto à minha pulguinha, ela vai tendo altos e baixos, e os desiquilibrios emocionais acabam por sobressair cada vez que está com o pai. Se está só com os avós acaba por ser muito mais complicado e ela vem triste, com medos, angustiada, com pânico que eu a abandone, etc... Como é possivel dizer-se certas coisas a uma criança tão pequena, só para satisfazer o ego ou me atingir a mim?
Será que não percebem que a maior prejudicada é a menina?

Hoje tive uma enorme discussão com o pai da minha filha por isso mesmo. Porque ele quer que eu continue a resolver um problema que é dele, da gestão do tempo que a minha filha deve passr com a familia dele, e dos outros problemas todos dai recorrentes.
Ele não percebe que essa gestão é dele, que se a minha filha não o vê mais é porque ele não vem a Lisboa mais vezes.
Ele não quer ver que é ele que tem de fazer um esforço de aproximação, de estar com a filha, não eu!

Custa-me, ou melhor, dilacera-me o coração, ver uma criança de 3 anos a dizer que quer o papá e a pedir-me para ir buscar o papá. Mas custa-me mais ainda ela ter um papá que diz que vem vê-la todos os meses mas que só aparece de 3 em 3 meses, porque não se lembrou (quando partiu) que os bilhetes de avião custam dinheiro e que ele não está para gastar esse montante todos os meses...

O meu relacionamento com a minha filha nem sempre é pacífico, mas é dificil, duro e desgastante ser mãe e pai ao mesmo tempo. Ter de estar sempre presente, não ter com quem partilhar birras, noites mal dormidas, brincadeiras, febres, passeios...

E a falta de paciência que tenho tido ultimamente...
Mea culpa, mea culpa!
Mas... esgota-me não ter um tempinho para mim e tenho alguma dificuldade em meter as coisas para dentro e ter PACIÊNCIA...
Mamã! Mamã! Oh Mamã! Vem mamã! Olha mamã! Quero! Não! Sim! Colo! Dá beijinho! Tenho medo mamã! Doi a barriga! Não quero ir para a escola! Quero ficar com a mamã! Desculpa mamã! Quero pápa! Quero leitinho...

Apesar de tudo, sei que sou uma excelente Mãe, porque tudo o que faço, faço-o com o amor incondicional que tenho por ela, por quem dou a minha vida sem pensar duas vezes...
Mas, sobretudo, porque nos amamos!
E ela é uma criança maravilhosa, um ser de luz que o Universo colocou na minha vida para me alumiar o caminho e para me ensinar a AMAR.

Minha filha,
AMO-TE MUITO MEU AMOR!

Let me fall

Let me fall,
Let me climb
There´s a moment where fear and dreams must collide

Someone I am
Is waiting for courage
The one I want, the one I will become
Will catch me

So let me fall,
If I must fall
I won´t heed your warnings
I wont hear them

Let me fall,
If I fall
Though the phoenix may or may not rise

I will dance so freely
Holding on to no one
You can hold me only
If you too will fall away from all these
Useless fears and chains

Someone I am
Is waiting for my courage
The one I want, the one I will become
Will catch me

So let me fall,
If I must fall
I won´t heed your warnings
I wont hear …

Let me fall,
If I fall
There’s no reason to miss this one chance,
This perfect moment

Just let me fall!

Josh Groban

4.2.07

Beija-me!

Beija-me!
Quero saber a que sabe a tua boca!

Beija-me!
Sente o meu desejo!

Beija-me!
Mostra-me o quanto me amas!

Beija-me!
Quero sentir-te num enlace longo!

Beija-me!
Suavemente como a brisa da manhã!

Beija-me!
Deixa-me dizer-te o que me vai na Alma!

Beija-me!
Vê o brilho que se acende nos meus olhos!

Beija-me!
Ouve o palpitar do meu coração!

Beija-me!
Como se não houvesse amanhã!

Beija-me!
Como já me beijaste em sonhos!

Beija-me!

3.2.07

Reciprocidade

Hoje passei o dia um tanto ou quanto pensativa...
Pensando nos relacionamentos humanos e do quanto se têm vindo a degradar...
Não que eu me possa queixar de quem me rodeia, mas ainda assim vejo e sinto a dificuldade que há em demonstrar afectos e sobretudo Amor...

O facto é que nós começamos por nos tratarmos mal a nós próprios, mas queremos tratar bem os outros... ora, isso é impossível... e acabamos por não tratar os outros assim tão bem quanto pensamos que tratamos...
Ou seja, se Eu não me amo, como é que vou poder amar o Outro? E, mais grave, como é que Eu posso exigir ao Outro que me ame?

Eu não sou excepção à regra, mas ainda assim amo, acarinho, mimo, e tenho coragem de dizer o que sinto, na intensidade em que sinto, de dizer "Amo-te!", "Adoro-te!"...
E faço-o com todo o Amor que tenho dentro de mim!
Mas doi quando não obtenho resposta, quando não há um retorno, quando do outro lado só há silêncio, quando por vezes esse Amor é "ignorado"...

Eu vejo o Amor, como um ser vivo. Tem de ser alimentado e estimulado, senão enfraquece e acaba por morrer...
Diariamente eu alimento o Amor que tenho por mim e dentro de mim, mas preciso igualmente do Amor que vem do exterior para sobreviver, para alimentar o meu Coração, a minha Alma, o meu Ser...

Dizem os entendidos na matéria, que o dito Amor Incondiconal não deve esperar nada em troca... mas isso é impossivel... pois se não há reciprocidade como poderá o Amor alimentar-se, crescer, FLUIR????

Eu não consigo deixar de criar expectativas em torno de quem Amo, porque da mesma forma que dou, quero receber!
E aqui falo do Amor em geral, quer este se espelhe numa paixão, numa amizade, nos laços de sangue...

Doi muito dizer Amo-te e do outro lado escutar o eco do som da minha voz que entretanto se dissipou... silêncio...
Doi muito quando quero abraçar alguém que me empurra, que me afasta, que não tem reacção...
Doi muito quando quero desesperadamente ser amada e do outro lado sinto indiferença...
Doi muito quando os meus gestos de Amor e carinho são desdenhados e motivo de chacota...
Doi muito quando me entrego a alguém por inteiro e essa pessoa só quer receber, sugando-me como um vampiro...
Mas, doi ainda mais quando lutar pelo Amor, se torna uma luta em vão e é-se vencido pelo cansaço...

Mas depois vem o alento, o alimento...
Alguém que diz adoro-te, és importante para mim!
Alguém que me dá um abraço como se não me visse à séculos e só passaram 5 minutos...
Alguém que me segreda ao ouvido "amo-te!"
Alguém que ama o meu corpo tocando a minha Alma...
OS MIMOS! MONTES DE MIMOS! Como eu adoro mimos!

E o SOL que está sempre lá, mesmo na noite escura ( e na parede do quarto da minha filha...)...

No entanto,

SEM RECIPROCIDADE O AMOR NÃO FLUI, ESTAGNA!

29.1.07

Vontade

E esta agora,
Estou com a "pica" toda para escrever...
Como diria uma amiga minha "ou 8 ou 80", mas isso aplica-se mais a ela que a mim... he he he

Ultimamente tenho andado numa de falar, conversar, estar... e não de escrever...

E é disso que tenho vontade, estar com os meus amigos, partilhar conversas e mimos (que tanta falta me fazem)...
Tenho vontade de estar com ele... mas ele... nem sempre está disponível...
Tenho vontade de estar contigo, mas contigo estou e não estou... depende se estás 8 ou 80...
Tenho vontade de não estar...
Tenho vontade de estar no Guincho a apanhar o vento fresco carregado de maresia e deixar-me levar pelo barulho das ondas do mar...
Tenho vontade de um jantar romântico à luz de velas...
Tenho vontade de fazer amor uma noite inteira e acordar nos braços de quem amo...
Tenho vontade de estar em Paz com a minha filha!
Tenho vontade de ajudar a curar os outros...
Tenho vontade de dançar, cantar e rir até que a barriga me doa...
Tenho vontade de receber beijos, abraços, mimos e carícias...
Tenho vontade de ouvir mais vezes "AMO-TE!"

Vontade de viver cada dia mais FELIZ!

Sei lá...

Sei lá...
Acho que até é um título de um livro qualquer de uma fulana qualquer, daquelas que andam na berra ultimamente, mas não sei mesmo...

Ainda no outro dia, num do posts que escrevi dizia que nem sempre me apetece escrever e normalmente faço-o quando estou mais sorumbática, mas não me tem apetecido escrever,mesmo nada, nem emails, nem cartas, nem posts no blog, nem porra nenhuma!

Não estou bem nem mal, estou EU (se é que alguém sabe o que isso quer dizer).
Umas coisas correm bem e outras menos bem, mas é assim a vida e cada um tem a sua "cruz para carregar" e quando não temos arranja-mo-la... LOL

Daí que, cada vez que me sento em frente ao computador pergunto-me "vou escrever sobre o quê? e logo me passa a vontade... nem me tenho dado sequer ao trabalho de pensar...

Sinto-me cansada!
De quê?
Pois, não sei muito bem... talvez do acumular de situações, dos "testes" diários, das zangas constantes com a minha filha, da falta de paciência, da solidão, da falta de sexo, do querer falar e não poder/dever, do querer exprimir o que sinto e não ser ouvida por quem quero, de noites mal dormidas...
Do tentar estar sempre presente... e dar, dar, dar...
Do dizer "amo-te!", sem ter resposta...
Do saber antecipado, "avisada" pela minha intuição...
Do lutar para me afirmar na profissão que me faz feliz e me preenche como nunca... ser (simplesmente) Terapeuta não é fácil...
Enfim...

Tenho tanto para aprender!!!!
Mas a espera, a paciência, põem-me maluca... esse sim é um exercicio a fazer, a integrar, a "mecanizar" dentro de mim, pois sem ele não poderei evoluir!

Estou parada... não me apetece trabalhar em mim, nos exercícios do meu Mestre, não me apetece estudar, não me apetece ler...

Quero pura e simplesmente estar parada, comigo e em mim...
A fraustração toda é que não consigo fazê-lo...

Onde foi que eu errei? Quando não encontro a resposta, não posso corrigir e certamente voltarei a cometer os mesmo erro tantas vezes quantas sejam necessárias para tomar consciência dele... ou não... he he he he

Este início de Ano foi promissor e sei que irei colher tudo o que semeei até agora - UM MONTE DE COISAS BOAS!
Mas apesar de tudo este meês de Janeiro tem-me posto à prova e eu não sei se estive à altura. Umas vezes acho que sim, outras acho que não... ( a dualidade da Papisa)
Mas aconteceu tanta coisa, o Universo deu-me tantos sinais, que EU SEI QUE ESTOU NO CAMINHO CERTO PARA CUMPRIR A MINHA MISSAÕ DE VIDA!
Mas, mesmo sabendo-o intrinsecamente, ainda duvido de uma ou outra coisa... e daí...

SEI LÁ! NÃO SEI MESMO...

Os versos que te fiz

Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer.

Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!

Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!

Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu não te dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!
Florbela Espanca