8.2.07

DIFICIL

"O fruto proíbido é o mais apetecido" e, de facto, eu sou assim, sempre fui assim, atraída por causas "impossíveis"...
É da minha natureza a escolha dos caminhos mais dificeis, não só porque me dão muito mais gozo, mas porque sei que me fazem evoluir e crescer como ninguém.
O fácil perde o interesse, porque se torna um dado adquirido, não tenho de lutar muito por ele;

Agora o dificil... isso sim é um desafio à minha altura.
Escusado será dizer que sofro muito mais, que me desgasto muito mais...

Mas nestes trâmites, a pior coisa que me pode acontecer é a dúvida, a incerteza, não saber...

Porque estas incertezas transformam-se numa angústia medrosa que me paralisa, que não me deixa discernir, que tolda a minha visão, que me afasta da solução do problema...
E aí o dificil torna-se mesmo impossível!

Ultimamante, tenho vivido na incerteza, na ansiedade e na angústia de não conseguir encontrar serenidade, de não conseguir arrumar o meu coração...

Este pede-me uma coisa e a cabeça outra. Mas é no turbilhão das minhas ideias, no racional, que a confusão se gera, que a dúvida subsiste.

O coração não tem dúvidas, mas está apertado, ansioso, triste...
Se fosse só o coração a decidir...

Não me apetece...
Não me apetece lutar,
Não me apetece esperar mais,
Não me apetece continuar em silêncio...

Se dependesse só de mim...
Mas não depende!
E é aí, no cinzento do "outro", que a incerteza nasce e que a ansiedade me consome...

7.2.07

Abraço Milenar


Hoje, uma amiga minha mandou-me um email em que vinha a notícia de uns esqueletos encontrados abraçados, num sepulcro com cerca de 5000-6000 anos.
Esta é uma imagem, que me tocou muito, não só pela beleza, mas pelo significado, pelo Amor que deixa transparecer ao fim de tanto tempo...
Eu, que dou tanta importância aos abraços e aos afectos, tento imaginar como seriam estes dois seres e a intensidade do Amor que os unia (e ainda os une)...
Dá quase para sentir a força deste abraço, o olhar perdido um no outro...
A vida que se foi, o abraço que permanece, o Amor que sobreviveu...

5.2.07

A minha filha

Tenho evitado falar aqui da minha filha...
É um assunto que mexe tanto ou mais comigo que os demais que aqui tenho abordado, normalmente falando de mim.
Mas falando dela, acabo invariavelmente por falar de mim, até porque tudo nela me afecta e tudo em mim a afecta a ela...
Duro esta história de Mãe e Filha... LOL

Como diria uma amiga minha:
" No fundo eles não são os culpados, são apenas fruto das circunstâncias que os pais os obrigaram a viver e têm de aprender a gerir essas mudanças de habitat... nós só temos é de ter paciência... e ajudá-los a carregar esse fardo para não ficarem revoltados. Cada vez mais acho que tudo se resolve com doses extras de mimo e dedicação - eles merecem".

Não tem sido fácil gerir o meu pós-divórcio, a figura de pai ausente e a dor que isso provoca numa criança tão pequena que ainda não tem a capacidade cognitiva de entender certas coisas, de certos porquês...
O facto é que as escolhas de vida que se fizeram originaram um enorme afastamento físico e temporal da minha filha com o pai, que a vê de 3 em 3 meses...
Tenho falado, discutido, pensado, ouvido, mas continuo a perguntar-me se não poderá haver outra maneira menos dolorosa para ela, se faço bem em protegê-las de certas situações que eu sei serem péssimas, se a protejo o suficiente...

A maior parte das minhas amigas, INFELIZMENTE, debate-se com o mesmo problema que eu e nenhuma situação é mais fácil ou risonha que outra, porque os atritos existem e não foi à toa que os adultos se separaram...

Qualquer relacionamento pós divórcio/separação, por muito cordial que seja, por muito bom que se tente que seja, acaba sempre por ser um chutar de bola de um lado para o outro. Umas vezes porque nós achamos que os pais não fazem o suficiente, porque não querem saber, porque não passam tempo suficiente. Outras vezes é porque se dá exactamente o contrário, querem estar sempre, impondo permanetemente uma presença que não queremos ter...

Depois, acusamo-nos mutuamente disto ou daquilo, sempre com o pretexto de estarmos a falar dos nossos filhos, mas no fundo acho que continuamos a tentar-nos agredir e a deitar cá para fora (em prol dos filhos, note-se) muita coisa que ainda ficou por dizer entre nós...
Reflecte-se em quem? Nos nossos filhos, claro!

Como Mães, de uma forma ou de outra, fazemos o que fazemos, incluíndo engolir sapos do tamanho de elefantes, em prol do Amor que sentimos pelos nosso filhos... mas vale a pena o sacrificio!

Quanto à minha pulguinha, ela vai tendo altos e baixos, e os desiquilibrios emocionais acabam por sobressair cada vez que está com o pai. Se está só com os avós acaba por ser muito mais complicado e ela vem triste, com medos, angustiada, com pânico que eu a abandone, etc... Como é possivel dizer-se certas coisas a uma criança tão pequena, só para satisfazer o ego ou me atingir a mim?
Será que não percebem que a maior prejudicada é a menina?

Hoje tive uma enorme discussão com o pai da minha filha por isso mesmo. Porque ele quer que eu continue a resolver um problema que é dele, da gestão do tempo que a minha filha deve passr com a familia dele, e dos outros problemas todos dai recorrentes.
Ele não percebe que essa gestão é dele, que se a minha filha não o vê mais é porque ele não vem a Lisboa mais vezes.
Ele não quer ver que é ele que tem de fazer um esforço de aproximação, de estar com a filha, não eu!

Custa-me, ou melhor, dilacera-me o coração, ver uma criança de 3 anos a dizer que quer o papá e a pedir-me para ir buscar o papá. Mas custa-me mais ainda ela ter um papá que diz que vem vê-la todos os meses mas que só aparece de 3 em 3 meses, porque não se lembrou (quando partiu) que os bilhetes de avião custam dinheiro e que ele não está para gastar esse montante todos os meses...

O meu relacionamento com a minha filha nem sempre é pacífico, mas é dificil, duro e desgastante ser mãe e pai ao mesmo tempo. Ter de estar sempre presente, não ter com quem partilhar birras, noites mal dormidas, brincadeiras, febres, passeios...

E a falta de paciência que tenho tido ultimamente...
Mea culpa, mea culpa!
Mas... esgota-me não ter um tempinho para mim e tenho alguma dificuldade em meter as coisas para dentro e ter PACIÊNCIA...
Mamã! Mamã! Oh Mamã! Vem mamã! Olha mamã! Quero! Não! Sim! Colo! Dá beijinho! Tenho medo mamã! Doi a barriga! Não quero ir para a escola! Quero ficar com a mamã! Desculpa mamã! Quero pápa! Quero leitinho...

Apesar de tudo, sei que sou uma excelente Mãe, porque tudo o que faço, faço-o com o amor incondicional que tenho por ela, por quem dou a minha vida sem pensar duas vezes...
Mas, sobretudo, porque nos amamos!
E ela é uma criança maravilhosa, um ser de luz que o Universo colocou na minha vida para me alumiar o caminho e para me ensinar a AMAR.

Minha filha,
AMO-TE MUITO MEU AMOR!

Let me fall

Let me fall,
Let me climb
There´s a moment where fear and dreams must collide

Someone I am
Is waiting for courage
The one I want, the one I will become
Will catch me

So let me fall,
If I must fall
I won´t heed your warnings
I wont hear them

Let me fall,
If I fall
Though the phoenix may or may not rise

I will dance so freely
Holding on to no one
You can hold me only
If you too will fall away from all these
Useless fears and chains

Someone I am
Is waiting for my courage
The one I want, the one I will become
Will catch me

So let me fall,
If I must fall
I won´t heed your warnings
I wont hear …

Let me fall,
If I fall
There’s no reason to miss this one chance,
This perfect moment

Just let me fall!

Josh Groban

4.2.07

Beija-me!

Beija-me!
Quero saber a que sabe a tua boca!

Beija-me!
Sente o meu desejo!

Beija-me!
Mostra-me o quanto me amas!

Beija-me!
Quero sentir-te num enlace longo!

Beija-me!
Suavemente como a brisa da manhã!

Beija-me!
Deixa-me dizer-te o que me vai na Alma!

Beija-me!
Vê o brilho que se acende nos meus olhos!

Beija-me!
Ouve o palpitar do meu coração!

Beija-me!
Como se não houvesse amanhã!

Beija-me!
Como já me beijaste em sonhos!

Beija-me!

3.2.07

Reciprocidade

Hoje passei o dia um tanto ou quanto pensativa...
Pensando nos relacionamentos humanos e do quanto se têm vindo a degradar...
Não que eu me possa queixar de quem me rodeia, mas ainda assim vejo e sinto a dificuldade que há em demonstrar afectos e sobretudo Amor...

O facto é que nós começamos por nos tratarmos mal a nós próprios, mas queremos tratar bem os outros... ora, isso é impossível... e acabamos por não tratar os outros assim tão bem quanto pensamos que tratamos...
Ou seja, se Eu não me amo, como é que vou poder amar o Outro? E, mais grave, como é que Eu posso exigir ao Outro que me ame?

Eu não sou excepção à regra, mas ainda assim amo, acarinho, mimo, e tenho coragem de dizer o que sinto, na intensidade em que sinto, de dizer "Amo-te!", "Adoro-te!"...
E faço-o com todo o Amor que tenho dentro de mim!
Mas doi quando não obtenho resposta, quando não há um retorno, quando do outro lado só há silêncio, quando por vezes esse Amor é "ignorado"...

Eu vejo o Amor, como um ser vivo. Tem de ser alimentado e estimulado, senão enfraquece e acaba por morrer...
Diariamente eu alimento o Amor que tenho por mim e dentro de mim, mas preciso igualmente do Amor que vem do exterior para sobreviver, para alimentar o meu Coração, a minha Alma, o meu Ser...

Dizem os entendidos na matéria, que o dito Amor Incondiconal não deve esperar nada em troca... mas isso é impossivel... pois se não há reciprocidade como poderá o Amor alimentar-se, crescer, FLUIR????

Eu não consigo deixar de criar expectativas em torno de quem Amo, porque da mesma forma que dou, quero receber!
E aqui falo do Amor em geral, quer este se espelhe numa paixão, numa amizade, nos laços de sangue...

Doi muito dizer Amo-te e do outro lado escutar o eco do som da minha voz que entretanto se dissipou... silêncio...
Doi muito quando quero abraçar alguém que me empurra, que me afasta, que não tem reacção...
Doi muito quando quero desesperadamente ser amada e do outro lado sinto indiferença...
Doi muito quando os meus gestos de Amor e carinho são desdenhados e motivo de chacota...
Doi muito quando me entrego a alguém por inteiro e essa pessoa só quer receber, sugando-me como um vampiro...
Mas, doi ainda mais quando lutar pelo Amor, se torna uma luta em vão e é-se vencido pelo cansaço...

Mas depois vem o alento, o alimento...
Alguém que diz adoro-te, és importante para mim!
Alguém que me dá um abraço como se não me visse à séculos e só passaram 5 minutos...
Alguém que me segreda ao ouvido "amo-te!"
Alguém que ama o meu corpo tocando a minha Alma...
OS MIMOS! MONTES DE MIMOS! Como eu adoro mimos!

E o SOL que está sempre lá, mesmo na noite escura ( e na parede do quarto da minha filha...)...

No entanto,

SEM RECIPROCIDADE O AMOR NÃO FLUI, ESTAGNA!