17.2.08

Sair da Ilusão

Hoje, fiz a declaração de Amor, mais difícil e mais sentida da minha vida...

E, uma vez que é uma Paixão utópica, impossível e só existente dentro de mim, levei "uma tampa"... apaixonei-me e sinto-o profundamente, vou fazer o quê?

Interessante esta “negação” e como a senti enquanto Mulher, habituada a ser correspondida totalmente nas minhas paixões, ditas "normais"...

Estou completamente destroçada, com o coração partido em mil bocadinhos, impossíveis de colar, por ora...

A única coisa positiva é que tive coragem de falar a verdade, verbalizando-a olhos nos olhos, de ser sincera, e ser honesta, de tirar este peso de dentro de mim...
Um peso que carregava há demasiado tempo, que me fez entupir, com medo da “rejeição”, que sabia ser certa...
Tive coragem, mesmo sabendo que esta decisão poderia fazer-me perder uma das pessoas mais importantes da minha vida...

Estive um ano encerrada no meu casulo que me esmagava, que me bloqueava, que me baralhava as ideias e me apertava o coração... Tal como a lagarta, senti que tinha chegado a altura de sair dele, pela passagem difícil e dolorosa, com a incógnita do que me esperaria do outro lado... não sei se me tornei uma Borboleta, mas sei que me consegui libertar, abrindo as asas para o Mundo...

Saí, finalmente da ilusão em que me encontrava e sinto-me mais leve.
No entanto, vou precisar de tempo para arrumar isto tudo cá dentro... preciso estar sozinha, no meu cantinho, sossegada, em silêncio...

Quando digo a mim mesma (e aos outros) que este "embates” da vida me tornam mais forte, é pura ilusão... podem tornam-me mais sábia, mais madura, com mais cãs a salpicarem o meu cabelo negro, mas não necessáriamente mais forte...

Neste momento, não sei o que fazer, como fazer, o que sentir ou o que pensar...

Só sei que posso sofrer e desiludir-me, mas não consigo deixar de viver a minha vida com Paixão, intensamente, sem barreiras nem tabus, aceitando sem julgamento e de coração aberto, com altos e baixos, mas plenamente, sabendo que, no Amor há razões e expressões que a própria Razão desconhece...

Não sei ser de outra forma!
Esta é a minha ESSÊNCIA!
Esta sou EU!
Isto, sim, nunca mudará!