Dizia a letra de uma música no outro dia, para não estarmos constantemente preocupados com o futuro porque os maiores problemas com que nos deparamos na vida, são sempre em situações inimagináveis, que por muito pequenas que pareçam nos fazem ficar acordados uma noite seguida…
E acho que isto tem o se quê de razão, pois não se pode prever tudo e quando pensamos que temos tudo controlado, o Universo vem dizer “estás-te a passar… ainda tens muito que aprender…”
Quando eu acho que as coisas acalmaram, que tudo está no devido lugar e a correr pelo melhor, lá vem uma coisinha para destabilizar. Se a Lei da Atracção funciona sempre de forma a eu atrair para mim aquilo que preciso para evoluir, então tenho de ver estas situações como testes, certo?! Ou serão antes as minhas formas de pensamento que atraem estas situações. Sinceramente não sei o que responder em relação a isto.
O facto é que vou passando pelos testes da Vida, mas o Universo arranja-me sempre mais e melhores, obrigando-me a fazer escolhas e a definir prioridades constantemente.
Preocupa-me a Pulguita, e o pouco tempo que tenho passado com ela ultimamente, o desgaste que isso implica nos meus pais, que ficam com ela e o desgaste que também lhe é imposto por estar longe de mim.
Sei que a maluca da outra avó lhe disse, várias vezes, que eu a ia abandonar e que ela iria viver com eles. Será que essas palavras insensatas são a origem destas angústias todas? Destes medos que ela tem cada vez que eu me ausento (a excepção de quando está com o Pai, com quem se sente segura).
Sinceramente não sei o que pensar e não estou a saber gerir esta situação, mesmo tendo dito à minha filha, várias vezes que a mamã pode ir, mas volta sempre e que nunca a vai abandonar.
Não consigo perceber se os medos são reais ou se a Pulga está a tentar controlar-me para que eu esteja sempre ao seu dispor. Se por um lado esta situação angustia-me porque não quero que ela sofra, por outro lado não quero condicionar a minha vida por causa disto e ser ela a ditar as regras…
Confesso que neste momento não sei muito bem o que pensar nem como agir.
Tenho procurado conselho na Educadora da Pulga lá no Colégio e ela diz-me para não me preocupar porque ela está bem e é uma criança feliz e que no colégio anda sempre super bem disposta! Sei que ela, no Colégio, se sente em segurança e é muito acarinhada. Tem uma Educadora espectacular, o ambiente é familiar, todas as pessoas que lá trabalham são fantásticas e ela tem um grupo de “colegas” que neste momento são os seus melhores amigos!
Por esta ordem de ideias, a questão que me coloco é qual a origem do seu desassossego fora do Colégio e de nossa casa? O que é que lhe traz insegurança e angústia?
Percebendo isto eu terei a chave da resolução do problema… mas até perceber, que posso eu fazer?
Não posso pedir aos outros que resolvam este “problema” por mim…
Sinto-me constrangida por passar a vida a pedir à Educadora da Pulga que “cuide dela por mim”… simplesmente porque estou fora…
Sinto-me mal e desesperada quando a minha mãe me telefona a queixar-se de que não dormiu, que está farta da minha filha, de que já não aguenta mais, que está de rastos e estoirada!
Sinto-me desconfortável por pedir à minha mãe que fique com a neta constantemente.
Espero que a minha mãe perceba que eu não faço da casa dela um depósito, um hotel para a minha filha porque não me apetece estar com ela. Faço-o por pura necessidade, porque não consigo fazer as coisas de outra forma e nem sempre posso levar a minha filha comigo.
Para além de que, o Pai da minha filha está longe e eu não tenho a “folga quinzenal” de mãe divorciada…
Recorro a quem confio, mas que me cobra constantemente estes pedidos de ajuda… que faz um jogo constante de chantagem emocional comigo… que me “acusa” amiúde de ser uma mãe inconsciente e irresponsável… que me aponta o dedo por não fazer nada na vida…
Que vontade tenho eu de fazer? Ir? Andar para a frente?
Como é que posso NÃO ME SENTIR CULPADA?
Estou consciente disto tudo, mas ultrapassar esta “culpa” não é fácil…
Sinto-me num beco sem saída e a ter de tomar posições, fazer escolhas que não me afectam só a mim, afectam a minha filha também…
Como sacudir das costas o “estar presa por ter cão e estar presa por não o ter”??? Como me posso livrar desta camada gigante de peso que estou a deixar que me ponham em cima e que me verga e desgasta?
Que espaço resta em mim para outras coisas? Para viver a minha vida? Para ter um relacionamento? Para singrar na profissão que venho de iniciar, que escolhi para mim e me faz feliz? Para conviver? Para sair de vez em quando? Ir ao cinema?
Deixando falar o optimismo que habita em mim: hei-de encontrar a solução e tudo se resolverá a seu tempo!
Angústias de Mãe… afinal o título foi bem escolhido…
1 comment:
Querida Amiga,
Ontem mesmo além da nossa conversa telefónica outra amiga também divorciada e sózinha com 3 filhos... se queixava da culpa... e ela ao contrário de nós duas tem pai de 15 em 15 dias e pai dois dias durante a semana...
Tendemos sempre a sentirmo-nos culpadas... pela vida não odeal que damos aos nossos filhos e esquecemo-nos, que provavelmente não temos de lhe proporcionar o nosso ideal.
Entendo as tuas angustias com a tua mãe e por isso mesmo te sugeri pedires à tua empregada da próxima vez... e veres como resulta, com a tua empregada, os teus pais e acima de tudo com a Pulguita.
Aqui há uns aninhos li num artigo da pais e filhos, que as crianças, só revelam as suas angústias e seguranças, às pessoas em quem confiam de facto. Ou seja, aos pais... No teu caso à mãe... Porque têm medo de os revelar, noutro lugar onde não se sintam seguros...
Porque é que queremos tamto ser os pais ideias...? Por um lado, nunca o seremos por outro, somos os melhores que conseguimos ser... esforçando-nos... algumas vezes em demasia... digo eu
Mais um beijo
Susana
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